A LUZ
A chama pequenina tremulando se debatia.
Era uma vela pendurada num pinheiro que, no teto, quase batia.
E eram muitas em seus castiçais.
E os olhinhos, cá embaixo, a acompanhar a dança das luzinhas.
Umas pra cá, outras pra lá,
Num espetáculo que já se repetia desde os meus ancestrais.
Criança ainda, esperava vê-la todos os dias.
Mas outra árvore de Natal, só no novo ano.
Guardava, então, a imagem dela, toda iluminada,
Como se ela não apagasse até o raiar de uma nova madrugada,
Que estava bem longe,
Embora eu com ela sonhasse a cada noite estrelada.
Não sei se foram as luzes ou as velas.
Ou, quem sabe, cada uma delas.
Num instante, não sei onde e nem quando,
Transformei esse encanto
Em um novo encontro:
De mim com as velhas luzes.
E percebi,
Embora distante no tempo,
Meus olhos ainda sedentos de luz.
Buscando a magia da surpresa naquilo que reluz.
Lá, onde o sonho fez morada e se fortaleceu.
Lá, onde me abasteço.
Lá, onde me reconheço.
Lá, onde meus olhos buscam sempre um novo começo.
Isso é o tempo.
Aquele está ainda iluminado.
Mas é neste que vivo inteira,
Iluminada e iluminando todos os sonhos meus.
Porque vivo ainda daquela LUZ.
A LUZ primeira, a da Criação.
A LUZ que sobrevive.
Aquela que se eternizou.
Que o SEU FILHO mantenha a chama, que nos ilumina, para todo o sempre.
UM FELIZ NATAL A TODOS!
Andre Rieu – Silent Night, Holy Night
A Harpa e a Cristandade – Luis Bordon
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