A chama pequenina tremulando se debatia.
Era uma vela pendurada num pinheiro que, no teto, quase batia.
E eram muitas em seus castiçais.
E os olhinhos, cá embaixo, a acompanhar a dança das luzinhas.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
A LUZ
domingo, 29 de novembro de 2020
O ENCANTO POR ESTAS CORES
Ao amanhecer, um sol radiante despontava no horizonte, enfeitando aquele céu muito azul.
Cores que enfeitaram a infância e que se mantêm na retina até hoje. É um legado que a Natureza deixou na memória visual daquela garotinha.
Talvez, por isso, o dia 19 de novembro, dedicado à Bandeira Nacional e cujas cores são exatamente aquelas que vestiam o olhar daquela garotinha, seja por ela tão reverenciado.
Temos o verde das matas, o amarelo do sol que nos banha intensamente, pois somos um país tropical, somados ao azul que nos cobre e ao branco que simboliza a paz. Todas estas quatro cores devem nortear nossa trajetória.
Se atentarmos para o valor e para o que representam estas quatro cores, veremos que é preciso respeitar o poder advindo da Natureza, desde que haja conscientização e ordem: o que nos trará progresso.
A bandeira, que tremula sob o Hino Nacional Brasileiro, traz aos olhos e ouvidos de quem assiste o sentimento de proteção daquela que nos abriga desde o nascimento e que por nós deve ser reverenciada.
Se por alguns é vilipendiada, estes não nos representam. Devemos amá-la, respeitá-la e envidar todos os esforços para honrá-la.
Ela nos representa como cidadãos, nascidos e criados neste chão pátrio. Um civismo adormecido é o que parece estar existindo.
Investir em escolas que ministrem conteúdos necessários para o bom desempenho futuro do alunado, bem como fazer transitar valores que elevem o amor à Pátria e aos símbolos que a representam, deveria ser obrigação pedagógica dos colégios.
E a Natureza foi pródiga para conosco. Temos que nos orgulhar do que dispomos e do que podemos melhorar para que todos os cidadãos tenham acesso a benefícios que o trabalho proporciona.
O trabalho será o caminho para que o progresso apareça. Claro, desde que a ordem seja mantida para o bem de todos.
A bela letra do Hino à Bandeira é do nosso poeta Olavo Bilac (1865-1918) com música do maestro Francisco Braga (1868-1945).
Nela, há a referência à verdura sem par das matas, ao céu de puríssimo azul, ao esplendor do Cruzeiro do Sul e ao querido símbolo da terra que representa, da amada terra do Brasil.
Considerada pavilhão da justiça e do amor, traz, em sua letra, ínsitas a ordem e a paz (símbolo augusto da paz).
E o Progresso?
A estrofe que segue contempla este vaticínio:
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever.
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser!
Estas cores, dispostas nesta bandeira, sempre encantaram aquela que, hoje, presta homenagem ao símbolo que nos identifica como cidadãos brasileiros na origem ou mesmo daqueles que buscaram em nossa pátria o reconhecimento de uma nova cidadania.
Este é um olhar cuja emoção de hoje é fruto ainda daquele olhar de criança e, como tal, dispensa a parte histórica que dá outra origem às cores de nossa bandeira. Dados históricos, que remontam séculos passados, revelam que Portugal adotara estas cores como símbolos usados por lá. Colonizados por eles, estas cores foram transferidas até nosso país e adotadas por nós com novos significados a partir da Natureza aqui existente e da índole do nosso povo.
Particularmente, prefiro a letra de Olavo Bilac e a minha memória de criança fazendo parceria com o poeta.
terça-feira, 4 de agosto de 2020
SAUDOSO OLHAR
A Natureza, que cerca um pequeno ser, é por demais valiosa na formação de imagens mentais que o acompanharão ao longo da existência.
Feliz é aquele pequeno ser que pode desfrutar desses momentos mágicos.
Instantes de pura emoção que o acompanharão, num futuro, fazendo parceria com o ser amado, com o filho desejado e mesmo na solidão dos tempos que se seguirem.
Fizemos parte desta Natureza, que nos acolhe, pela existência afora e é sobre ela que devemos fixar o olhar em todas as suas manifestações.
Salvem as crianças das telas que estreitam seus olhares, que não lhes permitem sonhar, imaginando que aquela nuvenzinha, distante, transforma-se a todo o instante, formando belos desenhos que servirão de motivação para a construção de memórias para todo o seu viver.
Afastem as crianças das telas promíscuas, pois isso é um desserviço posto à disposição de qualquer um, a qualquer hora.
As crianças precisam retornar ao seu mundo infantil, àquele mundo que as prepara para serem adultos melhores na sua essência, mais contemplativos, por isso mais criativos porque a bagagem trazida estava repleta de imagens saudáveis, que tornam o nosso viver mais solidário e o nosso cotidiano mais alegre e feliz.
Viva o Agosto que chegou!
Bem! Sou suspeita em brindá-lo, pois tenho por ele um amor intenso: desde muito tempo.
Seus dias, tardes e noites continuam iluminados, mesmo que em sonhos.
Por isso, continuo sonhando.
Sou o que sonho: porque faço acontecer.
domingo, 26 de julho de 2020
QUE OPORTUNIDADE!
Que tal uma tela em que as imagens, perfeitamente ainda nítidas, revelem um tempo passado que deixou gravadas cenas que permaneceram guardadas.
Este tempo de reclusão possibilita que busquemos nossas vivências reais à época e, através de nossa tela mental, nos revelem, hoje, dados surpreendentes de nós mesmos.
Selecionemos, por fases, essas imagens e teremos uma visão retrospectiva de atos e ações, que nos auxiliarão, atestando o poder de resiliência que nos sustentou até agora.
As telas, atualmente, nos servem apenas para informar, dirigir, manipular ou, às vezes, aconselhar. Não têm o poder de nos fazer invadir aquele mundo tão próprio de cada um, tão rico em vivências que são a nossa história pessoal de perdas e ganhos, mas, também, de sonhos, de leveza e de encantamento.
Este tempo está possibilitando que nos alegremos, novamente, com nossas criancices, com nossas brincadeiras, com a amiguinha da cerca com a qual brincávamos, com a galinha que vivia ciscando, com o au-au que brincava pelo pátio afora, com nosso olhar no ninho do bem-te-vi, que surgira não sei de onde e que, um dia, foi-se para não sei onde, mas que deixou saudades.
É muito bom ter uma tela dessas a nossa disposição, pois ela faz parte de nós. Nem se precisa cerrar os olhos. Basta o silêncio e o distanciamento das telas atuais.
Um tempo que oportuniza um contato consigo mesmo, com emoções que andavam perdidas no turbilhão dos dias.
Uma espécie de aprendizado cujas lições, em capítulos, podem nos auxiliar a entender melhor o presente e a nos preparar para um futuro incerto, imprevisível.
O nosso olhar de criança é um bálsamo para horas difíceis e o de adolescente um incentivo para os dias que se seguirão.
Aqueles vãos entre os sarrafinhos, que formavam uma cerca, dividindo as casas com os pátios, eram testemunhas do quanto aquelas duas meninas brincavam e conversavam.
Belinha lembra até hoje do nome da amiguinha. Isabel era seu nome. Tampouco, esqueceu seu sobrenome, os nomes de seus pais e o de seu irmão, o Paulinho.
Na tela da memória estão, igualmente, momentos de inteira emoção que se traduziram no poema, que segue, escrito há algum tempo.
Diante de tantas recordações, oportunizadas pelo tempo de quietude que estamos vivendo, acredita, esta ainda menina, que estão valendo estes momentos, tão diferenciados, e que podem, com certeza, render bons frutos nesta caminhada em que todos nós seguimos rumo ao dia seguinte.
Que as recordações sirvam para nos inspirar a que retomemos, diante desta oportunidade inimaginável, um caminho menos hostil, mais colaborativo, mais pleno de gratidão por podermos enfrentar momentos tão difíceis com esperança e com a pureza de atitudes que, quando criança, possuíamos.
domingo, 13 de outubro de 2019
MAIS LONGE? OU... MAIS PERTO?
sábado, 6 de outubro de 2018
AS URNAS...
Bem diferente das urnas que visitaremos no próximo domingo.
Ao contrário daquelas que representam o fim, estas últimas sempre indicarão alguém que permanecerá vivo. Se o seu nome foi ali digitado, um ser renovado, pelo apoio popular, nascerá mais forte ainda.
As primeiras urnas representam o fim daquele eleitor. Restarão apenas suas ideias, valores, atitudes. Se tiverem sido adequados, todos lembrarão dele com orgulho. Caso contrário, nada restará mesmo.
Em nossas urnas, nesta data cívica que se aproxima, dali sairá um ser vivo vencedor: apenas um. Os demais, metaforicamente, estarão mortos. Assim como nas primeiras urnas, restarão suas atitudes, suas obras, suas ideias, seus valores. É claro, se tiverem sido, razoavelmente, pelo menos, adequados. Caso contrário, nada restará.
Bah! Esqueci!
Como estarão todos vivos, porque esta urna, diferentemente da primeira, não põe fim à vida, haverá, portanto, a possibilidade de continuidade da prática indecorosa de tantos atos contrários aos valores que dignificam o ser humano.
Estas urnas apenas separam o joio do trigo. Não extinguem o joio. Ele continuará vivo, destruindo plantações inteiras, solapando os mais diversos valores: materiais ou espirituais.
Estas urnas, diferentemente das primeiras, são uma esperança de vida renovada pelo toque consciente e cidadão de quem aguarda o melhor para todos.
E aos não escolhidos, espera-se que repensem suas ações e atitudes para que, num futuro, possam sair vencedores de novos pleitos eleitorais, pois estes reforçam a importância da participação dos cidadãos na construção diária deste país.
Assim como Olavo Bilac, no poema A PÁTRIA, publicado em 1904, exorta a criança brasileira a amar a terra em que nasceu, também Aninha, hoje, espera que a urna confirme este amor pelo Brasil, regurgitando aqueles nomes cujos modelos não nos servem.
Segue, abaixo, o poema A PÁTRIA de Olavo Bilac, cujos dois últimos versos são por demais motivadores e ensejam um comprometimento, desde tenra idade, com o país em que se nasce.
Obs. Poema que integra a Antologia Poética de Olavo Bilac, publicada em 2015, pela L&PM POCKET, vol.38. (Revisores: Paulo Hecker Filho, Cintia Moscovich e Simone Borges).