quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
A QUE PONTO CHEGAMOS!
terça-feira, 28 de dezembro de 2021
VIRADA?
Um sol que ilumina esta bela tarde. Logo mais, desaparecerá.
Logo, virão a lua e as estrelas. Talvez, apenas a lua. Quem sabe, somente as estrelas.
À noite, teremos nosso sono diário, pois tudo segue uma rotina constante a que já nos acostumamos.
A cada novo amanhecer, nossos olhos abrem-se.
Este movimento contínuo revela-nos que o hoje veio de ontem. E o amanhã surgirá do hoje.
Portanto, por uma questão de ordem e para que não nos percamos na linha do tempo, criamos uma contagem anual desse tempo que nos acompanha.
Com o abrir e o fechar de olhos, diariamente, deveríamos ter uma renovação constante de esperança e a certeza de que, a cada novo dia que surge, iniciamos uma nova etapa de nossa caminhada terrena.
Portanto, esse depósito de esperança, que se faz em cada novo ano que surge, é apenas um reforço no ato de lembrarmos de que cada dia traz a possibilidade de concretização de desejos e sonhos acalentados nos dias que antecedem cada novo amanhecer.
É compreensível que dividamos o tempo em anos, considerando todas as nossas atividades humanas nos planos de trabalho, nos planos empresariais, políticos e de normas de conduta ditadas e observadas, sob pena de repreensão ou mesmo de punição para os transgressores.
Os fatos têm que serem catalogados com hora, dia, mês e ano, para que sejam observados e acompanhados, se houver necessidade, por quem detém esta função.
Agora, aquela menininha de outrora nem sabia se o calendário já tinha sido substituído. Sabia apenas que Papai Noel já tinha chegado, deixado presentes escondidos, provavelmente, atrás da porta da sala. Isto bastava.
Hoje, distante da infância querida, acredita no presente maior e melhor que lhe é oferecido, diariamente, por AQUELE que dispensa calendários, pois está presente diuturnamente. VIVER é um privilégio.
Apenas por tradição, respeitemos este apagar de luzes de um ano, considerado velho, por outro, “novinho em folha”, um termo já em desuso.
Aliás, isto prova que o tempo passa ininterruptamente. Aquela menininha de ontem acredita, hoje, que a VIRADA acontece diariamente.
São tantos os eventos felizes ou desastrosos que ocorrem ao longo dos dias e noites.
Todos eles, em sua totalidade, mudam cenários.
Para que não nos percamos no tempo desses acontecimentos, criamos as datas, tão necessárias, em que ocorreram.
Não sou contra as datas. Sou contra aguardar para depositar, em cada novo ano, toda a nossa esperança de que mudanças aconteçam no cenário com o qual convivemos.
O desejo e a esperança de mudanças têm que nos acompanharem desde cada amanhecer.
Como saudação ao novo ano que se inicia é válido este compartilhar com os amigos.
Afinal, nossa vida é regida pelo tempo.
A esperança, porém, deve ser mantida por nós ao olharmos o céu que nos cobre a cada amanhecer, esteja ele azul, cinzento, nevoento ou escuro.
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
COMO UMA ONDA...
A força de uma onda depende de qual mar se esteja falando: o de dentro ou o de fora?
Aquela menininha nunca gostou de movimentos bruscos. Isso incluía o ir e vir de um balanço que existia no pátio de sua casa. Ficava ali sentada, fazendo um leve movimento com os pezinhos, suficiente para ficar encantada com a magia que sentia ao sentar-se naquele balanço de sua infância. Hoje, acredita que se sentia mais segura em sentar-se e deixar a imaginação correr solta. Esta, sim, sempre gostou de voar para bem longe, não importando a velocidade imprimida para tal.
Ondas volumosas, como espetáculo, oferecem belas imagens. Suaves, favorecem que o pensamento possa navegar junto. E quando este navega dessa forma, em plácidas águas, o resultado, à época, era sonhar com mundos imaginários. Hoje, ainda, acredita que estas suaves ondas sirvam para que nosso pensamento adentre no território da imaginação e nos brinde com cenas em que a esperança se concretiza em suaves encontros entre este olhar e aqueles outros que buscam a mesma harmonia e paz.
Ondas revelam-nos, também, como a vida segue este ritmo mais frenético, às vezes, ou mais tranquilo em outras. Tudo, porém, indo e voltando e, novamente, indo e voltando durante o trajeto que percorremos nesta caminhada chamada VIDA.
Realizações e superações compõem aquelas ondas positivas. Para tanto, o sonhar é fundamental.
Depois, segue-se o realizar sob quaisquer tipos de ondas: benfazejas ou de difícil transposição.
Nada como um dia após o outro. Nada como ondas que chegam e somem.
Estamos envolvidos neste torvelinho de águas, cujas ondas são contínuas. Nossos afazeres e atividades navegam neste mar de ondas favoráveis, que nos impulsionam, ou naquelas outras que podem nos fazer soçobrar.
Caberá a cada um, de forma individual, fazer frente ao potencial destrutivo, em maior ou menor grau, transformando-o numa possibilidade criativa dentro de um cenário adverso.
Busquemos, na imaginação, soluções que possam adequar-se ao momento.
Criemos situações que nos permitam desfrutar de instantes de serenidade, de reflexão, de elaboração de estratégias para o enfrentamento de energias tão negativas que navegam entre nós.
Assim como as ondas que nos atingem, de forma violenta ou nem tanto, saibamos discernir a diferença entre a onda externa e a interna. Cuidemos de nossas ondas internas, pois essas são as mais importantes, porque capazes de combater a entrega, a descrença e o total desalento.
Sabemos que tudo passa, tudo sempre passará. A conhecida letra de Como Uma Onda, dá-nos o caminho da esperança para superarmos estas ondas negativas que estão nos acometendo.
A esperança em dias melhores alimentará nossa mente com saudáveis pensamentos que permitirão uma visão da realidade que nos é oferecida a cada novo amanhecer: de que tudo passará. O que importa é sentir-se protegido por uma mente sã. O corpo, com certeza, agradecerá.
Ah! Os movimentos bruscos, que a garotinha não gostava, serviram para ter sua atenção, hoje, redobrada, atenta e capaz de discernir sobre aquilo que vem de fora.
As ondas internas devem possibilitar que se navegue em águas plácidas, mesmo que as externas estejam quase a nos fazer submergir.
Se as ondas são constantes, e o são, não nos assustemos com aquelas que poderão ainda surgir no horizonte. Elas passarão dando lugar a outras que, também, perder-se-ão mar afora, pois nossa vigilância, criatividade e fé convivem, desde sempre, com elas.
COMO UMA ONDA, nós, também, superaremos este ir e vir, pois nos assemelhamos a ela e renascemos a cada amanhecer.
domingo, 3 de junho de 2018
VOANDO COM SEGURANÇA
Onde procurar abrigo diante de tantos pontos esparsos, num céu pintado de tons escuros, sob o som daquela melodia a tocar em tom menor?
Lentamente, porém, Paulo retorna àquele instante em que se encontrava observando a pequenina formiga carregando uma folha.
Com rumo definido, também ela, não se perde pelo caminho. Sabe para onde retornar com o seu alimento. Seu abrigo é o seu destino.
E o de Paulo? Qual caminho retomar? O de antes? O de agora?
Diante desse impasse, acredita-se que Paulo retomará sua conexão com o seu eu espiritual. Só este poderá lhe dar sustentação para o enfrentamento de todos os embates que lhe vêm sendo impostos.
Paulo é este brasileiro que acredita em si e na sua capacidade laborativa, mesmo em condições adversas.
Eu torço por ele. Desejo, firmemente, que não perca a capacidade de encantar-se com o infinito do céu, mas que retorne, sem percalços, sabendo qual estrada levá-lo-á para o abrigo seguro, o rincão que escolheu para viver.
O que mais dizer sobre o que nos cerca? Chega de ideologias, de “maquiagens”, de conchavos, de desvios, de corrupção.
E o que nos cerca é o que cerca a todos os habitantes, em maior ou menor escala, que vagueiam por este planeta.
Nosso estimado professor Moacir Costa de Araújo Lima, autoridade no estudo das conexões entre ciência e espiritualidade, em seu livro A ERA DO ESPÍRITO, editora AGE, 2ª edição, 2005, página 108, afirma:
“A consciência fundamentada no materialismo ou numa falsa religiosidade, sem amor, criou o problemático mundo em que vivemos”. E mais adiante:
“A consciência nova e revigorada, do espírito e de sua era, possibilitará uma nova visão do mundo e, como consequência, um novo modelo de relação, em que a fraternidade universal, representada por uma bandeira branca, sem qualquer símbolo, pois todo o símbolo é uma limitação, será a pedra de toque do proceder humano.”
Por ora, cabe renovar nossa maneira de ver o mundo, criando as condições para uma transformação pessoal e planetária.
Paulo, que já se conscientizou dessa necessidade, poderá então voar por entre as nuvens, certo de seu retorno à paz interior e da clareza de que seu caminho é de ida e de volta.
Cabendo ainda aqui uma dúvida acerca da verdadeira intenção dessa última assertiva.
Deixemos pra lá!
Ou melhor, assistam a um dos vídeos do Dr. Paulo César Fructuoso, médico, em que apresenta questões que nos fazem pensar sobre as tais idas e voltas e a necessidade de que religião e ciência possam unir esforços para um entendimento da nossa existência.
Epa! Acabo de pousar meu olhar sobre nuvens carregadas do brilho do sol, que as deixam lindas. Tudo para presentear-me depois de um dia de nuvens e de muito frio.
É o final deste sábado, dia 2 de junho.
E para que não percamos a fé, cantemos:
Na força do silêncio.
A fé que me faz
Aceitar o tempo.
Muito além dos jornais.
E assim mergulhar no escuro.
Pular o muro
Pra onda passar.
sábado, 13 de janeiro de 2018
ESPIANDO...
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
UM POUCO MAIS... UM POUCO MENOS...
Um pouco mais de coragem é preciso.
Um pouco menos de medo.
O caminho é por aqui. A fronteira é logo ali.
Quem de terras distantes vem, vem para reafirmar sua condição de um ser que veio ao mundo para viver, para sonhar, para lutar, se for preciso. Mas, sobretudo, para exercer o direito de existir até que o tempo bata à sua porta e o leve a ultrapassar o umbral. O caminho nem é preciso buscar. Ele se estende, como um tapete, ao natural, pela ação do tempo.
Um pouco mais de fé é preciso.
Um pouco menos de descrença em si e no outro é necessário. Para tanto, caminhos alternativos devem ser buscados para que a caminhada se prolongue com êxito.
Há quem, porém, venha de uma terra, de um mundo imaginário que apenas existe no pensamento negativo de seu autor.
Para esses um pouco mais de iluminação é preciso.
Um pouco menos de trevas, assombros e fantasmas é necessário. O caminho, porque interno, é solitário. Mas, quando alcançada a luz, é plenamente gratificante porque os fantasmas dissipam-se, possibilitando o voo para a liberdade interior.
É preciso muito mais determinação, muito mais disciplina, muito mais conhecimento de si próprio.
E um pouco menos de competição com o outro. É reconhecer-se, ao fim e ao cabo, iluminado pela ação DELE.
A fronteira, que o separa do nada para o existir, pode não ser apenas uma miragem. Pode tornar-se algo concreto, visível, até palpável.
Um ninho que acolhe não é exatamente um acampamento que abriga. Mas um acampamento pode vir a tornar-se um ninho. E isto só depende de quem acolhe.
É preciso um pouco mais de solidariedade. E um pouco menos de egoísmo.
E o Ninho do Pássaro, em Pequim, acaba de nos presentear com imagens de atletas, oriundos de países paupérrimos, que primeiro competiram consigo próprios para agora competirem com outros e, ao final, darem-se as mãos: porque o esporte une. Assim como a música, como a poesia. Elas não têm cor, nem cheiro, nem raça, nem crença, nem ideologia.
Elas têm tudo o que de melhor o ser humano produz. Elas são a expressão da interioridade de cada um de nós. E esta é uma dádiva que todos recebem, indistintamente.
Aceitemos que a fronteira está próxima. Depende de nós. Para que a ultrapassemos e atinjamos melhores dias, todo o esforço é bem-vindo.
Recebamos o irmão que foge em busca de sobrevivência, direito indiscutível e inalienável de todo e qualquer ser humano.
Recebamos, com um aplauso ensurdecedor, aqueles que, de territórios de extrema pobreza, se sobressaem, apresentando suas melhores performances, alcançando premiações em competições internacionais.
Recebamos a nós próprios com carinho e enlevo, ao alcançarmos a paz interior que nos fará melhores para nós mesmos e para os outros.
Um pouco mais de luz nas relações.
Um pouco menos de visões estereotipadas, pois somos únicos e insubstituíveis.
Daí, fazermos diferença no coletivo.
E o coletivo é o futuro.
Um pouco mais de diálogo.
Um pouco menos de intolerância.
Lembremos que a capacidade de comunicar-se, através da palavra, é inesgotável. Façamos uso dela até a exaustão. Porque melhor a exaustão pela palavra do que o enfrentamento pela força bruta.
Aliás, quando usada na plenitude, nem se precisaria mais dela, porque, olho no olho, chegaríamos à comunhão. Poderíamos, após, até emudecer para, apenas, ficarmos saboreando-a como versejou Carlos Drummond de Andrade no poema A Palavra, em “A Paixão Medida”, publicado a seguir.
E nós, seres humanos, detentores do poder da palavra, deveríamos usá-la para nos tornarmos ainda mais humanos durante os momentos de dificuldade por que passam seres iguais a nós. É o que prega a música Ser Humano, interpretada por Zeca Pagodinho, quando diz:
- Você tem sempre uma palavra de consolo.
- Fica sem jeito se deixar alguém na mão.
E vai por aí...
Música Ser Humano interpretada por Zeca Pagodinho