sexta-feira, 9 de agosto de 2024
APLAUSOS!!!
sábado, 15 de junho de 2024
ESTÁ DIFÍCIL!
Nunca foi tão difícil.
Se pendemos para um lado, somos execrados por muitos.
Se pendemos para o outro lado, somos, igualmente, odiados por outros tantos.
A empatia e a compreensão foram-se água abaixo.
E isto não tem nada a ver com a catástrofe climática de chuvas contínuas que aconteceram no nosso Rio Grande do Sul.
Hoje em dia, parece que o mais importante é contrapor e fazer valer uma resposta que derrube a opinião contrária.
Foi-se o respeito às manifestações que não coincidam com as nossas.
Aonde vamos parar?
Acreditávamos que éramos seres evoluídos. Isto parece estar sendo colocado à prova continuamente.
Estamos desrespeitando os demais seres com os quais convivemos diariamente.
Quando em uma praça pública, pessoas levam, sem guia, seus cachorros e os soltam, embora o aviso, colocado na entrada da praça, diga que é proibido, o que mais fazer? E que, inclusive, haverá uma multa pelo descumprimento?
Não há, porém, fiscalização alguma.
E quando uma senhora, que gostaria de usufruir desta praça, pergunta a um senhor o que ele acha se, acaso ela seja mordida por um dos cães. Recebe a seguinte resposta:
- A senhora é a responsável.
Isto é inacreditável!
Parece que o ser humano está involuindo.
Acredita-se, porém, que as condições climáticas têm feito o ser humano repensar sua responsabilidade com o Planeta e, por consequência, com os demais seres humanos que o habitam.
Afinal, a evolução tecnológica tem que servir para melhorar as condições de vida no Planeta.
Ao que parece isso não tem ocorrido.
Aqueles seres humanos, desprovidos de caráter, têm usado a tecnologia para enganar o próximo.
Parece que os limites foram esquecidos. E, quando ultrapassados, não há punição.
Apesar, porém, dessas constatações acredita-se possível uma retomada de valores que dignifiquem os seres humanos, pois a eles pertence o Planeta, onde devem coexistir em paz e respeito mútuos.
É urgente uma conscientização dos habitantes deste Planeta acerca das condições que estão impondo ao lar em que residem.
Hoje, aquela menininha de outrora lembra de sua casa e a compara com esta outra que abriga a todos nós, humanos.
E, eis que surge o poema que segue.
terça-feira, 30 de abril de 2024
QUE TEMPOS!
Domingos e feriados? Nem pensar.
Sábados? Talvez.
Durante os cinco dias úteis? Com muito cuidado.
Esta é a realidade atual.
Que saudades da vila onde aquela menina morava!
Ia a pé, sozinha, até a escola não tão próxima.
Isso já faz um bom tempo!
Não tanto tempo faz, porém, que ia assistir, com a mãe idosa, a um show no Gigantinho.
Voltavam já tarde, caminhando pelas ruas próximas até a residência.
QUE SAUDADES!
A beleza da lua, que as acompanhava, era vista como um presente do céu.
Esta foi uma época em que eram vistas como seres humanos, não necessitando de códigos e números para adentrarem em suas residências.
Sentir o ar puro do entardecer, caminhando pelas ruas do bairro. Sequer pensava-se em atentar a quem se aproximava.
Éramos felizes e não sabíamos.
A jovem de ontem, despreocupada com o seu entorno, cedeu lugar a uma mulher constantemente atenta a quem se aproxima.
Será que a lua perdeu seu encanto quando esta mulher a vê no retorno de uma caminhada?
Não, seu encanto permanece. Vê-la, porém, é bem mais seguro da janela de sua casa?
Não. Melhor mesmo é que seja da janela de um apartamento com porteiro 24 horas.
E as luzes que iluminam a noite não parecem amedrontar quem se esgueira pelas ruas com o propósito de promover atos de invasão a áreas privadas.
Com certeza, não mais existirão casais que, sob o luar, trocarão juras de amor.
Aliás, a própria lua deve andar triste, pois não é mais fonte de inspiração para tais juras de amor.
Talvez, ainda, a lua seja inspiração para algum poeta.
Quem sabe um poema, escrito pelo ser amado, seja ainda bem recebido por aquela que o aguarda sob a luz do luar.
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
COM A MÃO NA MASSA... COM A EMOÇÃO À FLOR DA PELE...
Amelia Mari Passos: A música eu não conhecia, mas que tanto de verdade ela diz , assim como a sua valiosa reflexão. Gostei muito da viagem.
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
ESTÁ MAIS DO QUE NA HORA
E quem são os abraçados?
As combinações genéticas perdem-se na poeira dos tempos. Fomos, com o passar dos séculos, nos aprimorando. Aprimorando? Ou será que somos ainda os mesmos homens primitivos que corriam pelas savanas?
O fato é que quando estamos em manadas, tal como em antigas eras, adotamos um comportamento bem típico: aquele em que o transgressor, sentindo-se protegido pela multidão, dá vazão àquilo que os demais também estão a praticar.
Gritar, em uníssono, palavrões para uma autoridade politicamente constituída, ou para um árbitro de futebol a todo o instante; fazer gestos obscenos quando se vê ultrapassado por um carro, ou, ainda, em plena rede social, para dar uma de “modinha”, convenhamos, é retroceder. Agindo assim, promovemos uma involução no movimento civilizatório que acompanha o ser humano há milênios.
O refrão entoado a plenos pulmões não desperta sentimentos, mas sensações primitivas. E, na maioria das vezes, os indivíduos que habitam o planeta, principalmente em grandes aglomerações, são buscadores insaciáveis de sensações, destituídas de contemplação, mas predatórias e devoradoras. Veem no outro, principalmente quando em campos opostos, um constante opositor a quem fustigam para eliminá-lo, de qualquer forma.
Michel Lacroix, filósofo francês, afirma que passamos por uma época de bulimia das sensações fortes.
Refere, com propriedade, a diferença entre o grito e o suspiro. O primeiro, fruto de uma descarga brusca da emoção, uma verdadeira explosão. O segundo, resultado de uma emoção lírica, produto de uma interioridade tranquila, quase um recolhimento. A primeira manifestação dá-se num instante e sua duração esbarra numa sucessão rápida de outros tantos momentos. A segunda, perdura até que se transforme de emoção para sentimento. Esta última expressão, com certeza, não acontece num campo de futebol. Como num campo de batalha, em que a preocupação é a sobrevivência com a consequente eliminação do opositor, as arenas atuais têm-se tornado palco de demonstrações incontroláveis da chamada emoção-choque, aquela que coloca o corpo em ação em detrimento da emoção-contemplação que busca usufruir, conforme Lacroix, o sabor do mundo, aquele que se liga a um coração receptivo.
Íamos a campos de futebol, tempos atrás, para ver o “time do coração” jogar. Uma coisa é assistir a um jogo e torcer. Manifestar-se de forma ofensiva, depredando, incendiando, ofendendo, aos berros, é outra coisa!
A situação chegou a tal nível que surgiram as câmeras (coisas da modernidade), para que se registrassem e se adotassem medidas visando a coibir tais atos.
Com certeza, no episódio tão momentoso quanto este do xingamento ao goleiro do Santos Futebol Clube, outras tantas ofensas, iguais àquela objeto da denúncia, devem ter ocorrido na mesma partida, por outros indivíduos que também lá se encontravam. Com relação a estes, as câmeras, ou não existiam nas proximidades, ou não registraram de forma cabal tais manifestações.
Colocar mais câmeras seria a solução?
Teríamos, dessa forma, mais denunciados?
E quando a multidão ofende com palavras de baixo calão uma autoridade?
E nos demais campos de futebol deste Estado e de outros não ocorrerão episódios idênticos?
Medidas corretivas devem ser tomadas, com certeza. Não serão, porém, suficientes. A legislação já existe. Já há leis demais, para todos os gostos.
Acredito que a Educação, num sentido amplo, nos forneça o caminho para a grande transformação que estamos todos a necessitar. Somente ela poderá promover a reinserção de tantos milhões de indivíduos num mundo mais aperfeiçoado, composto por elementos conscientes de sua importância na construção de uma nova civilização planetária: mais justa e fraterna.
Segundo Luc Ferry, outro filósofo francês, em oposição ao chamado espírito limitado, o chamado pensamento alargado, que defende, é “aquele que consegue arrancar-se de si para se colocar no lugar de outrem, não somente para compreendê-lo, mas também para tentar, num momento em que se volta para si, olhar seus próprios juízos do ponto de vista que poderia ser o dos outros”.
E continua:
É o que exige a autorreflexão de que falávamos há pouco: para que se tome consciência de si, é preciso situar-se à distância de si mesmo. Onde o espírito limitado permanece envisgado em sua comunidade de origem a ponto de julgar que ela é a única possível ou, pelo menos, a única boa e legítima, o espírito alargado consegue, assumindo tanto quanto possível o ponto de vista de outrem, contemplar o mundo como espectador interessado e benevolente. Aceitando descentrar sua perspectiva inicial e arrancar-se ao círculo do egocentrismo, ele pode penetrar nos costumes e nos valores diferentes dos seus; em seguida, ao se voltar para si mesmo, tomar consciência de si de modo distanciado, menos dogmático, e com isso enriquecer suas próprias ideias. (livro APRENDER A VIVER – Filosofia para os Novos Tempos – p. 281/282)