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quinta-feira, 11 de julho de 2024

CÓDIGOS... SENHAS... BOTÕES...


Qual é o nosso futuro?

É difícil imaginar os seres humanos sendo submissos às máquinas.

Para onde a palavra escrita seguirá?

Será útil para expressarmos sentimentos, desejos, aspirações?

Terão seus seguidores espaço, em seu cotidiano, para refletir?

Terão leitores fiéis a esta forma de expressão?

Ao que parece, cada vez mais, a comunicação resume-se a símbolos e figuras.

O ser humano ainda possui emoções que se materializam pelo abraço, pelo beijo, pelo choro.

Esses momentos permanecerão como até então, ou figuras alusivas a estes momentos farão parte da comunicação entre humanos?

A tecnologia é considerada um avanço na forma de relacionamento entre os seres que habitam este planeta.

A distância até justifica essas figuras. A proximidade, porém, não justifica esta comunicação através de símbolos ou figuras.

Para a comunicação, como meio tecnológico, é extremamente útil, mas não pode tornar-se uma prática de relação cotidiana com o nosso semelhante.

Acredita-se que os seres humanos começarão a sentir um distanciamento não desejado.

Ainda há tempo para que reflitamos sobre os resultados dessa comunicação deficitária.

A quem interessaria?

Com certeza, a nenhuma das partes envolvidas.

Estaríamos sendo apenas robôs que obedecem a regras impostas?

Agora, nos estádios de futebol observa-se a comunicação através dos gestos, do tremular de bandeiras e do canto do Hino do Brasil. Algo que evidencia a importância do símbolo que a todos emociona e motiva. Este, sim, um símbolo necessário e sempre presente em importantes momentos.

O aperto de mãos, o brilho no olhar, o sorriso que saúda e aproxima e a mão que afaga seriam coisas já em desuso?

Acreditamos que ainda há uma centelha de esperança neste mar de dúvidas e incertezas.










terça-feira, 18 de abril de 2023

O REINO DA INCERTEZA


As nuvens prenunciam o quê?

Chuva? Ventos?

Não arrisques qualquer prognóstico, pois tudo, atualmente, é incerto.

E a temperatura?

É constante sua mudança.

E um corpo, dormindo, jaz sobre a calçada. Seria este seu destino? Faltaram-lhe oportunidades?

Cada vez mais temos menos certeza sobre quaisquer coisas.

Será que a Mariazinha é uma amiga sincera ou apenas uma interesseira do que posso lhe proporcionar.

Será que sempre foi assim? Ou, quem sabe, temos hoje mais informações constantes e atualizadas sobre o nosso viver cotidiano. Excluindo-se, é claro, as notícias falsas que confundem, propositadamente, os leitores.

Confesso que o momento é, por demais, incerto e preocupante.

E o sorriso do vizinho será autêntico, verdadeiro ou forçado? Para não parecer mal-educado!

A incerteza sempre houve, mas não na contínua intensidade atual.

E os entes queridos? Também, terão se modificado com o tempo?

E as senhas constantes e necessárias serão cada vez mais exigidas?

Viraremos números ambulantes?

E o ser humano e suas emoções? O que nos aguarda no futuro?

Questões cujas respostas ainda não dispomos.

Quais valores positivos ainda permanecerão com os seres humanos?

O Reino da Incerteza está instalado desde algum tempo.

Previsões são ainda buscadas, mas nada mais garante que serão realidades concretizadas.

Sempre tivemos a incerteza?

Acredito que sim, mas a tecnologia inexistente não propiciava o que hoje dispomos.

Temos, hoje, centenas de informações sobre tudo e todos.

Será isto algo positivo?

A imprevisibilidade, talvez, seja um mecanismo que nos instigue a ir em frente.

O totalmente imprevisível, porém, nos indicaria os melhores caminhos a seguir?

Existirá algo positivo no imprevisível?

Antigamente, tínhamos o imprevisível que se poderia concretizar a qualquer momento.

Hoje, temos o previsível, apontado pela tecnologia, que não se demonstra no nosso cotidiano. E o acúmulo de informações torna-nos “quase zumbis”, perdidos num mar caudaloso e ameaçador que pode comprometer nossa saúde mental.

E nossas emoções permanecerão num nível saudável?

A agressividade existente hoje, em quase todos os segmentos da sociedade, parece ter relação direta com a tecnologia que propicia, graças aos autores de vídeos, uma avalanche de momentos e situações extremamente preocupantes.

Como a tecnologia veio para ficar e é, até certo ponto, de grande valia, deve ser instalado um controle dos elementos que a usam para tão-somente espalhar o pânico, o medo e a incerteza sobre tudo e todos.

Caberá, portanto, à Educação ministrada em escolas e, também, ao acompanhamento dos pais o devido direcionamento dos atos e atitudes das crianças e jovens.

Há que se ressaltar, igualmente, a importância da tecnologia também para registrar momentos de transgressões nos aspectos raciais, por exemplo, que demonstra a necessidade de que se mantenha a tecnologia a serviço de uma conscientização de situações degradantes com relação aos que habitam este planeta.

E a Incerteza?

Lutemos para que a Incerteza se torne menos danosa entre os habitantes deste Planeta.


USAR A TECNOLOGIA PARA O BEM

NÃO FAZ MAL A NINGUÉM.

 

 

 

 

 

segunda-feira, 12 de julho de 2021

ESPERAR O QUÊ?


Um olhar que busca...

Outro olhar?

E o outro ser que se aproxima?

Será seguro olhá-lo?

Antes de entrar no pátio, melhor deixá-lo passar, pois nunca se sabe...

Quantas ações sequer pensadas em anos que já se foram.

E o VAR?

O quê?
 
O Árbitro Assistente de Vídeo, amigo.

E aquela outra câmera que, sempre pronta a disparar um estridente som, espreita cada indivíduo que por ela passa e que não digita uma senha própria para adentrar àquele modesto edifício.

Estamos cercados pela tecnologia.

Estaremos mais seguros?

Aquela jovem que atravessava áreas isoladas, sozinha, indo para a escola, não acredita numa resposta afirmativa para esta pergunta.

O ser humano aumentou o seu nível de agressividade e, ao que parece, não se intimida com a moderna tecnologia.

Pois é! Parece que a usa para mostrar sua força. Aquela que a todos assusta e que reforça a cada investida.

O que fazer diante de situações de perigo acontecendo a todo o instante?

Nem mais campos temos hoje, porém nossas ruas são palco de ações que atentam contra os cidadãos que por elas transitam.

A educação e o respeito pelo outro, valores maiores, devem retornar a patamares anteriores à tecnologia implantada. Caso contrário, ela servirá a que tenhamos seres de má índole servindo-se dela, de forma constante, com um sucesso garantido em suas ações deletérias.

Há que se ter regras e condutas a serem cumpridas.

A tecnologia veio para facilitar, orientar e espalhar conhecimento e informações. A conexão com o outro tornou-se célere. Esta constatação deve ser aplaudida.

Seus efeitos negativos devem-se ao aumento de seres humanos desprovidos de limites, de respeito ao próximo e de total falta de empatia com o seu semelhante, sem falar na impunidade que grassa há muito.

Aquela jovem, de ontem, sonha ainda com o andar despreocupado em plena Av. Salgado Filho, portando uma corrente com um rubi pendurado em seu pescoço.

O sentimento que a faz assim desejar segue abaixo.


Nasci para viver a esperança

De que dias sempre melhores viriam.

Este sempre foi o desejo que carreguei pelos anos que se seguiram.

Acredito que novos dias tragam a tal bonança.


Mesmo diante de épocas tão difíceis e de mentes tão malévolas, ainda aguardo por uma conscientização, por alguns líderes mundiais, de que a passagem pelo planeta é breve para todos.

Tenhamos fé e passemos uma energia positiva, em nível global, a todos aqueles que detêm o poder de governar, legislar e julgar, pois o tempo é inexorável e igual para todos os que, por aqui, se encontram hoje.

Por que, então, seguirmos esta rota em que o nosso olhar tem medo do outro olhar?

Olhemos para o outro como nosso semelhante a quem enxergamos como parceiro nesta caminhada.

É o que espero que consigamos alcançar ao longo dos próximos anos.

 

 

 

 

sábado, 15 de outubro de 2016

IMPOSSÍVEL UMA RECOMPENSA MELHOR!



O táxi parou. A passageira, que havia feito o sinal, abriu a porta e jogou-se no banco. Ao levantar o rosto para dizer boa-tarde ao motorista, este, virando-se para trás, disse surpreso:

- Professora Sonia!

Tomada de surpresa, a ex-professora sorriu e, ainda meio atônita, ouviu de seu ex-aluno a confirmação de que ele a reconhecera imediatamente após bater os olhos nela.

Ao identificar-se pelo nome, ela lembrou-se daquele nome e dos idos de 1975.

Puxa vida! E já estávamos em 2007. Acreditem! Trinta e dois anos tinham se passado. E isto não fora empecilho para o rápido reconhecimento. Uma emoção difícil de descrever foi a que se seguiu. Lembranças de momentos, de fatos acontecidos e vividos intensamente em sala de aula. E uma curiosidade sobre os caminhos percorridos por ambos. Um ex-aluno, de nome Paulo Ricardo Chamaniego, que se tornara taxista. Casado, com família constituída e de bem com a vida.

A partir daquele encontro casual, esta ex-professora tem usado inúmeras vezes os serviços deste taxista, pois, aos domingos, ela almoça bem próximo ao local onde ele tem seu ponto fixo.

Conversas e mais conversas. Boas lembranças daquela escola tão querida, que ficou na memória de ambos.

Antes, permitam-me esclarecer que esta ex-professora sou eu mesma.

Continuemos...



Mais incrível ainda foi um encontro recente, na metade deste ano de 2016.

Ao atravessar, com certa pressa, um posto de gasolina, já voltando do almoço, alguém se coloca à minha frente e exclama, em alto e bom som:

- Professora Sonia! A senhora está igual!

Confesso que deste ex-aluno, quando se identificou, eu não lembrei o nome.

- É o Everton Garrido Barreto! Sou cabeleireiro e trabalho num salão logo aí.

Ele, acreditem, trabalha bem próximo à rua onde moro.


Agora, o mais incrível! Quarenta e um anos já se passaram.

Diante desse encontro, que surpreendeu a ambos, paramos próximo a uma das bombas de gasolina e ali ficamos conversando por algum tempo. Belas lembranças, bons tempos passados em sala de aula.

Este ano, no Dia do Professor, sem me dar conta da data, fui visitá-lo no salão onde trabalha. Lá estive por um bom tempo jogando conversa fora. Ou melhor, revolvendo o baú das lembranças. Puxando para fora tudo o que lá se guardara por tanto tempo. E as emoções renovaram-se como se o ontem estivesse todo ali guardado, esperando apenas pelos atores da época renovarem suas “performances”. Por pouco não fiquei em pé, começando a caminhar pelo salão, como fazia em sala de aula. Não me lembro de sentar na cadeira do professor. Percorria a sala, caminhando por entre as classes. Era o meu estilo.

Tempos atrás, pensei sobre o assunto. Talvez agisse assim porque, se permanecesse lá sentada, desapareceria por trás da mesa, tal a pequena estatura. Depois, pensando melhor, acho que assim procedia para estar mais próxima dos alunos. Podia, desta maneira, vê-los “olho no olho”, o que propiciava maior aproximação e um consequente comprometimento do aluno que se via mais observado. Também, porque não dizer, mais acolhido em suas demandas pessoais. O fato é que sempre agi assim, mesmo com classes noturnas de jovens adultos.


No Dia do Professor, em 2011, publiquei a crônica O BRILHO NOS OLHOS. Naquela oportunidade, homenageei os professores que foram meus mestres. Que souberam ser criativos e que tinham um tanto de ator como o inesquecível Professor Édison de Oliveira. E, bem antes dele, os meus antigos professores do Curso Ginasial, o atual Ensino Fundamental que compõe os primeiros nove anos de estudos, antes do atual Ensino Médio. Citei pelo nome vários deles: todos excelentes professores.

A crônica de agora homenageia, também, os professores na visão que meus alunos guardaram de mim.

Fico extremamente feliz de poder ter encontrado, depois de tanto tempo, ex-alunos que me reconhecem ainda hoje. Tenho absoluta certeza que aquilo que permaneceu está baseado no meu desempenho em sala de aula, nos diversos tipos de abordagem, numa quase mise-en-scène, tamanha a preocupação com o alunado, considerando o público-alvo diferenciado que me observava. Por isso, mencionei a palavra “ator”, anteriormente. E meu mestre Édison de Oliveira foi, sem sombra de dúvida, o melhor professor/ator que encontrei.



Acredito que, hoje, a tecnologia em sala de aula só vem contribuir para que alunos e professores sejam parceiros neste novo processo de ensino-aprendizagem. Caberá, no momento atual, identificar qual a melhor performance em sala de aula, para que seu aluno ainda mantenha o brilho no olhar.

Este professor, com certeza, terá que dominar a máquina para poder se sobrepor a ela, quando a emoção do descobrir necessitar do empurrãozinho de um professor bem treinado neste novo mundo virtual.



Pois é! Depois do baú de lembranças ter sido todo remexido, eu e o Everton jogamos pra dentro tudo que saltara de lá. Ficaram apenas de fora a emoção do reencontro, o abraço apertado e o desejo de um novo encontro para logo mais.

Sempre convém lembrar que um baú serve para guardar coisas e que, vez por outra, deve ser aberto para verificar-se como anda o seu interior. Dar uma arejada!

Outra coisa que cabe relembrar é que este baú de memórias tem vários compartimentos. Neste, recém-aberto, constatou-se um saldo quase totalmente positivo, pois os protagonistas diretamente envolvidos nesta peça educativa cumpriram seus papéis com mestria.

O que restou negativo, então?

Aquilo que, até hoje, continua negativo: a política educacional do Estado Brasileiro.


A nota de tristeza vem agora. A escola de tão boas lembranças, daquele distante ano de 1975, foi alvo de vandalismo este ano.

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Érico Veríssimo, de saudosa memória, não é mais a mesma. Aliás, muita coisa mudou por lá. A construção de excelente qualidade, já à época, as ruas planejadas da Vila Ipê 1 no bairro, recém-criado, chamado Jardim Carvalho, a vizinhança ordeira e trabalhadora, os alunos educados, os professores motivados - tudo isso, acredito, continua lá. Então? Está faltando o quê?

Não responderei a esta pergunta. Apenas vale lembrar que, naquela época, permanecer na parada de ônibus, às 19 horas, totalmente sozinha, era algo habitual, corriqueiro e desprovido de perigo. Pelo menos, era assim que me sentia por lá, naquele tempo.


É imperioso que reergamos a vontade de permanecer ensinando, de vencermos as dificuldades, de mantermos a esperança de dias melhores. E que a política educacional do Estado Brasileiro comprometa-se com o futuro dos jovens e do país, por consequência.


Enquanto isso, que o brilho nos olhos dos alunos permaneça como resposta ao trabalho do professor em sala de aula.

A pergunta que não quer calar, porém, é:

-Até quando?


Depois deste último encontro, confesso que ser lembrada e reconhecida, como uma professora que marcou um momento daquelas duas vidas, foi a melhor recompensa recebida. Impossível algo melhor!









Dia do Professor (música: Nunca Deixe de Sonhar)