segunda-feira, 13 de março de 2023
terça-feira, 14 de setembro de 2021
FESTEJEMOS...
Quem tem olhos que se perdem no infinito do céu, no acompanhar dos pingos de chuva que cai sobre a vidraça, no passeio de uma praça ou, até na calçada, ao ver uma formiguinha carregando o seu alimento, estes momentos serão preciosos porque despertarão o que somente os poetas sabem quando aflora. Daí a certeza de que todos os dias são belos porque deles poderão nascer poemas. Poemas que, ao serem lidos por alguém, poderão despertar-lhe para a beleza que é a Vida. E a Vida é um constante ressurgir, como o poema que segue.
segunda-feira, 17 de maio de 2021
SEMELHANÇAS...
Todos os dias pousava na mesma janela, na mesma hora. Por entre grades, acostumara-se a andar. De lá pra cá, daqui pra lá. A visita era diária. Após vários minutos, despedia-se com um até logo mais, sinalizado por um cantar conhecido.
Sua visita diária era como reconhecer-se importante, necessário e capaz de estreitar laços com não sei bem quem.
Este alguém sempre o observava e invejava este seu voejar diário. As grades não o impediam de achegar-se, sem medo, disposto a despejar ali seu mavioso canto.
Sim, grades não devem nos impedir de voar, pois voar em sonhos é também voar.
O que é o sonho? Um voo ao ainda desconhecido, mas desejado.
A observadora e seu visitante diário são semelhantes.
Um, capaz de voar graças as suas asas que o auxiliam a seguir em frente, voando em busca de alimento, parceria, refúgio.
A outra, capaz de enfrentar o cotidiano sempre em busca daquilo que a satisfaça. Por ser humana, seu capital genético é mais sofisticado. Daí, a possibilidade de voar, através da imaginação, a lugares desconhecidos, adentrando em seu próprio interior criativo e alimentando-se de emoções, prazeres e empatia com aqueles que, também, voam com esta capacidade: a que transcende os limites físicos que nos limitam.
Diante deste cenário, em que a Terra está sendo afetada por vilões vindos de todos os cantos, cabe a nossa imaginação criar redutos de refúgio onde, ainda, persista a esperança.
Como podemos salvaguardar nossa capacidade de sonhar?
Em nossas criativas reservas que se encontram resguardadas em nossa imaginação.
Portanto, imaginar é necessário, é preciso, é saudável. É o que nos permite voar em pensamento e usarmos a imaginação como veículo que nos leve a cenários mais reconfortantes.
Basta de cenas dilacerantes, de protagonistas desalmados, de indivíduos inescrupulosos, de cenas de barbárie.
A alienação não é o caminho desejado, mas há que se buscar um caminho que nos mantenha íntegros emocionalmente.
É preciso seguir o exemplo do pássaro da janela. Estreitar vínculos como forma de sentir-se necessário e capaz de modificar cenários reais pela imaginação que alimenta nossos sonhos e que nos faz voar até o próximo amanhecer. Tudo em prol da saúde que nos mantém vivos e partícipes de uma sociedade melhor para todos que a integram.
Inspire-se no passeio matinal do pássaro que não tem medo das grades. Elas não são obstáculo a quem busca, no pensamento, a reflexão necessária antes do voejar matutino.
Nada melhor do que um poema para expressar toda a importância de mantermos acesa a PAIXÃO, ela que alimenta nosso recomeço diário.
Claro, lembrando que somos bem mais do que aquele pássaro visitante, pois somos capazes de transpor quaisquer grades. Em especial, as internas que, muitas vezes, nos aprisionam.
domingo, 3 de junho de 2018
VOANDO COM SEGURANÇA
Onde procurar abrigo diante de tantos pontos esparsos, num céu pintado de tons escuros, sob o som daquela melodia a tocar em tom menor?
Lentamente, porém, Paulo retorna àquele instante em que se encontrava observando a pequenina formiga carregando uma folha.
Com rumo definido, também ela, não se perde pelo caminho. Sabe para onde retornar com o seu alimento. Seu abrigo é o seu destino.
E o de Paulo? Qual caminho retomar? O de antes? O de agora?
Diante desse impasse, acredita-se que Paulo retomará sua conexão com o seu eu espiritual. Só este poderá lhe dar sustentação para o enfrentamento de todos os embates que lhe vêm sendo impostos.
Paulo é este brasileiro que acredita em si e na sua capacidade laborativa, mesmo em condições adversas.
Eu torço por ele. Desejo, firmemente, que não perca a capacidade de encantar-se com o infinito do céu, mas que retorne, sem percalços, sabendo qual estrada levá-lo-á para o abrigo seguro, o rincão que escolheu para viver.
O que mais dizer sobre o que nos cerca? Chega de ideologias, de “maquiagens”, de conchavos, de desvios, de corrupção.
E o que nos cerca é o que cerca a todos os habitantes, em maior ou menor escala, que vagueiam por este planeta.
Nosso estimado professor Moacir Costa de Araújo Lima, autoridade no estudo das conexões entre ciência e espiritualidade, em seu livro A ERA DO ESPÍRITO, editora AGE, 2ª edição, 2005, página 108, afirma:
“A consciência fundamentada no materialismo ou numa falsa religiosidade, sem amor, criou o problemático mundo em que vivemos”. E mais adiante:
“A consciência nova e revigorada, do espírito e de sua era, possibilitará uma nova visão do mundo e, como consequência, um novo modelo de relação, em que a fraternidade universal, representada por uma bandeira branca, sem qualquer símbolo, pois todo o símbolo é uma limitação, será a pedra de toque do proceder humano.”
Por ora, cabe renovar nossa maneira de ver o mundo, criando as condições para uma transformação pessoal e planetária.
Paulo, que já se conscientizou dessa necessidade, poderá então voar por entre as nuvens, certo de seu retorno à paz interior e da clareza de que seu caminho é de ida e de volta.
Cabendo ainda aqui uma dúvida acerca da verdadeira intenção dessa última assertiva.
Deixemos pra lá!
Ou melhor, assistam a um dos vídeos do Dr. Paulo César Fructuoso, médico, em que apresenta questões que nos fazem pensar sobre as tais idas e voltas e a necessidade de que religião e ciência possam unir esforços para um entendimento da nossa existência.
Epa! Acabo de pousar meu olhar sobre nuvens carregadas do brilho do sol, que as deixam lindas. Tudo para presentear-me depois de um dia de nuvens e de muito frio.
É o final deste sábado, dia 2 de junho.
E para que não percamos a fé, cantemos:
Na força do silêncio.
A fé que me faz
Aceitar o tempo.
Muito além dos jornais.
E assim mergulhar no escuro.
Pular o muro
Pra onda passar.